terça-feira, 15 de junho de 2010

Participação Especial com Sylvia Senny

Um presente para Darly


Do alto da montanha onde a vejo caminhar na areia.
Fico contemplando sua silhueta...
Mas o encanto maior é os cabelos que brincam de vai e vem com o vento.
A brisa bate em seu rosto e ela sorri.
Vejo uma lágrima caindo...
- È seu dia!
Eu grito aqui do alto.
Darly não me escuta.
O que a entristece nessa data tão linda de aniversário?
Desejei por um instante não ter o poder de voar. Pois, eu voei até ela nesta madrugada.
A janela do quarto estava aberta. Fiquei espantado com a visão cândida diante de mim.
Em sua camisola branca e os lábios entreabertos, Darly adormeceu agarrada á uma boneca de pano.
Oh! Darly! Darly!
Mas... Não posso dar-lhe o que desejas.
Deseja o amor paterno que a deixou nos primeiros passos.
Darly. Desperta. Já és mulher feita! E ainda sentes saudade do meigo abraço.
O homem de uniforme e olhar severo...
Querida, ele se foi á tanto tempo.
Tanto tempo!
Sem nunca dizer o quanto a amava, sem deixar na sua lembrança a ultima vez que lhe contou uma história.
Amadureça Darly querida!
Você ainda lembra-se da ultima palmada que fora tão sem razão.
Apague isso de sua vida.
É mulher exuberante, corpo esguio e olhar de Capitu.
Só eu a vejo assim: tão límpida, tão nua, tão transparente.
Abrace o presente que fiz para ti.
Embrulhei com o papel do arco-íris e coloquei dentro da caixa da alegria: o barulho do mar pra que te lembres que Ele não tem limite...
Pus em teus olhos ávidos a cor do sol, pra que saibas que brilha em você meu Espírito,
Coloquei dentro também A melodia do vento que envolveu teu cabelo negro, para que saibas que ouço até o bater do teu coração. E a figura de um pássaro pintado entre o rouxinol e o crepúsculo, para que saibas que tenho olhos de águia e vejo-te como és.
Minha menina... Abra o presente, basta fechar os olhos e sentir.
Darly! Darly!
E você pensava que era órfã! Como pôde Darly?
Estarei contigo na Estrela da manhã, em qualquer lugar, luz pra te guiar,
Contigo estarei!



--
www.sylviasenny.blogspot.com
Sylvia Seny

Poesia: Um amor de verdade

Quando tudo que é bom acabar

Quando só tristeza restar

Ainda vou estar a te amar

Mesmo não sabendo se o amor é de todo bom, vou arriscar.



O amor é simplesmente amar sem se arrepender

É amar sem pensar em sofrer

Amar é não pensar

E fazer sem nem saber o por que.



Amar é não ter medo de arriscar

E é viver sem saber quem realmente é você

E ver os defeitos sabendo que também existem as qualidades

Sabendo que podemos viver de verdade.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A morte faz mestrado

Fica fácil para os tele jornais dizerem em suas manchetes que mais um homem louco invadiu um supermercado e esfaqueou seis pessoas e que uma dessas pessoas veio a falecer.
Mas noticiar à morte ficou difícil demais para os informantes de plantão. Nos dias de hoje para se planejar uma morte, primeiro é necessário que haja um estudo do solo sim, pois será que as terras onde iremos colocar nossas bananas de dinamites são férteis? Assim como o solo é necessário que estudemos o ar, pois é sobre ele que vamos cruzar o mundo com nossos caças de guerras franceses de primeira qualidade. E por fim o último estudo e o mais importante é claro, o corpo humano. Existe toda uma anatomia por traz do suicídio precoce dos homens bombas, para se tornar um você tem que ter de preferência o ensino superior completo.

A morte abriu a sua própria escola, seus professores são lideres fascistas da Al Qaeda, formados em berços Vietnamitas. Estudar nessa escola está cada vez mais caro, por isso a faculdade da morte está distribuindo bolsas para estudantes carentes que não podem pagar o alto preço que é o suicídio. Mas invadir supermercados e esfaquear pessoas talvez já tenha virado mais uma dessas modas que o Brasil copiou dos Estados Unidos. A paz já não tem mais tanta importância. Para se tornar um terrorista é necessário ter atitudes inesperadas e inexplicáveis de um louco fanático que coleciona almas.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Poesia: Cazuza

Poesia: Cazuza



Tão longe e distante

Foi homem e mulher

Foi marido e amante

Foi odiado e querido

Foi breve e constante

Foi louco e forte

Conquistou o Brasil de sul a norte

Abusou da vida e pagou com a morte

Tinha tudo, mas se perdeu.

Tinha dinheiro, porém com a sua doença sofreu.

Cazuza

Para sempre Cazuza.

Por: Magno Oliveira

Participação Especial Aline Oliveira

Não te julgo, sentimento traidor
por inocência quis torna-lo ilustre,
o mascarei com fantasias fúteis,
a pintura de um palhaço triste.
Sou clown, hei de morrer clown,
e se minha lágrima borrar a maquiagem,
por favor, aplauda e disfarce
meu espetáculo de dor.
Meu coração sangra imperioso,
senhoras e senhores riam,
esse é o papel dos espectadores,
quero ouvir os desonrosos risos
que me chegam como sinfonia,
quero que ao menos minha dor lhe traga alegria.
Eu passeio entre o rival exército
e as balas que me atingem são de festim,
batem no meu corpo insignificantes,
mas chegam na minha alma ao ponto da quase morte.
Já não sei se é azar ou sorte,
pertencer a esse clã dos clowns.
Não te julgo sentimento traidor,
não é vossa culpa minha vida ser uma ópera.

Aline Oliveira