terça-feira, 1 de junho de 2010

Participação Especial Aline Oliveira

Não te julgo, sentimento traidor
por inocência quis torna-lo ilustre,
o mascarei com fantasias fúteis,
a pintura de um palhaço triste.
Sou clown, hei de morrer clown,
e se minha lágrima borrar a maquiagem,
por favor, aplauda e disfarce
meu espetáculo de dor.
Meu coração sangra imperioso,
senhoras e senhores riam,
esse é o papel dos espectadores,
quero ouvir os desonrosos risos
que me chegam como sinfonia,
quero que ao menos minha dor lhe traga alegria.
Eu passeio entre o rival exército
e as balas que me atingem são de festim,
batem no meu corpo insignificantes,
mas chegam na minha alma ao ponto da quase morte.
Já não sei se é azar ou sorte,
pertencer a esse clã dos clowns.
Não te julgo sentimento traidor,
não é vossa culpa minha vida ser uma ópera.

Aline Oliveira

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